De acordo com dados divulgados pelo Hospital Israelita Albert Einstein, ao menos 11,1% das mulheres farão alguma cirurgia para disfunções do assoalho pélvico durante a vida. Sobretudo, elas são anatomicamente mais suscetíveis à ocorrência do prolapso genital, um distúrbio que ocorre devido ao enfraquecimento da musculatura pélvica, responsável por sustentar toda a região do assoalho pélvico. Com isso, os órgãos acabam se deslocando pelo canal vaginal.
Apesar de ter cura, muitas mulheres ainda escondem o problema ou acreditam ser uma consequência não reversível do envelhecimento ou dos partos vaginais. Porém, além do desconforto e constrangimento, a falta de tratamento pode gerar complicações.
Portanto, ao menor sinal do sintoma, é importante realizar uma consulta com o médico Urologista: afinal ele também pode tratar as mulheres! Agora, continue lendo e entenda melhor o que é e como tratar prolapso genital.
O que é o prolapso genital?
Quando a musculatura do assoalho pélvico tem dificuldade para sustentar os órgãos pélvicos, eles escorregam pelo canal vaginal, formando o que chamamos de prolapso genital. A condição, por sua vez, pode gerar sensação de peso na vagina, além de dificuldade ou urgência para urinar.
Por isso, apesar de também ser conhecida como bexiga baixa, a condição não afeta somente a bexiga. Também atinge outros órgãos pélvicos, como uretra, útero, vagina, bexiga, reto e intestino. Em suma, as principais causas para prolapso genital são:
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Idade avançada
Estima-se que, entre os 50 a 70 anos, adultos percam aproximadamente 15% da força muscular por década. Assim, podem chegar a perder 30%, a cada 10 anos, após os 70. Portanto, isso atinge diretamente a musculatura do assoalho pélvico.
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Gravidez e partos múltiplos
Quando a mulher fica grávida, as próprias alterações hormonais já podem trazer consequências em termos de força. Além disso, a pressão na região do abdômen provocada pelo peso da barriga e os partos vaginais também podem afetar a musculatura da região. Assim, ocorre a perda de força, seguida de flacidez, o que pode levar a um prolapso.
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Outras causas de prolapso genital
Por sua vez, obesidade, tosse crônica, constipação intestinal e até exercícios intensos sem orientação podem gerar um aumento da pressão intra-abdominal. Isto é, favorecer a ocorrência do prolapso. Além disso, menopausa, tabagismo e condições genéticas são outros fatores de risco.
Tipos de prolapso genital
A depender do órgão deslocado, os prolapsos genitais recebem denominações diferentes. Além disso, outros órgãos da região da pelve como, por exemplo, as paredes da vagina, também podem se deslocar. Em suma, os principais tipos de prolapso genital são:
- Cistocele (prolapso da bexiga);
- Uretrocele (prolapso de uretra);
- Uterino (prolapso do útero);
- Eritrocele (prolapso vaginal);
- Enterocele (prolapso do intestino);
- Retocele (prolapso do reto).
Apesar desta denominação, é comum que os prolapsos ocorram de forma associada. Ou seja, vários órgãos prolapsados ao mesmo tempo, em diferentes graus de protrusão pela vagina. Logo, identificar quais órgãos e níveis de queda é fundamental para o tratamento.
Como saber se estou com prolapso? Confira os sintomas:
Antes de mais nada, a condição não apresenta sintomas em seu estágio inicial. Porém, conforme o quadro evolui, é possível perceber alguns sintomas, tais como:
- Dor na barriga;
- Dor na região pélvica e genital;
- Sensação de algo saindo pela vagina;
- Incontinência urinária ou fecal;
- Recorrentes quadros de infecções urinárias;
- Dificuldade para urinar ou evacuar;
- Dor nas relações sexuais;
- Sensação de pressão na pelve e na vagina.
Como é feito o diagnóstico?
De modo geral, o diagnóstico de prolapso genital exige diferentes exames que irão identificar as particularidades de cada paciente. Ou seja, durante a avaliação médica, o urologista poderá solicitar:
- Estudos urodinâmicos para avaliar a capacidade da bexiga de reter e eliminar a urina;
- Ressonância magnética para visualizar as estruturas da região pélvica;
- Cistouretroscopia para visualizar a uretra e a bexiga;
- Ultrassonografia transvaginal para avaliar os músculos da região perianal.
Tratamento de Prolapso Genital
Enfim, a condição pode afetar um ou mais órgãos, em diferentes níveis e graus, que vão exigir intervenções específicas. Logo, o Tratamento de Prolapso Genital varia conforme a gravidade do problema.
Ou seja, há casos em que mudança no estilo de vida e exercícios pélvicos serão suficientes. Por outro lado, em alguns casos a intervenção cirúrgica se fará necessária. Assim, o Tratamento de Prolapso Genital pode consistir em:
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Mudança no estilo de vida
Em primeiro lugar, realizar uma dieta balanceada para reduzir o peso corporal e manter uma rotina de exercícios físicos. Por exemplo, a prática de ioga ou pilates orientados por um profissional. Sem dúvida, os exercícios ajudam a diminuir a pressão intra-abdominal e a obter consciência corporal.
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Exercícios Pélvicos
Como qualquer músculo, é possível realizar exercícios específicos que auxiliam no fortalecimento do assoalho pélvico. Além disso, eles podem ser realizados também de forma preventiva e oferecem diversos benefícios para a vida e saúde da mulher.
Porém, para o Tratamento de Prolapso Genital é recomendável que os exercícios sejam orientados por um fisioterapeuta ocupacional. Assim, o profissional irá acompanhar as execuções de forma que tragam avanços significativos na reversão do problema.
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Cirurgia para Prolapso Genital
Por fim, em casos mais graves, o tratamento cirúrgico se faz necessário para reforçar as estruturas e o suporte da parede vaginal e os ligamentos de sustentação. Sobretudo, em prolapsos associados, é necessário restaurar a anatomia de todo o assoalho pélvico.
De modo geral, a cirurgia de correção dos prolapsos é simples e dura em média duas horas. Além disso, ela pode pode ser feita totalmente pela vagina, totalmente pelo abdômen ou utilizando as duas abordagens combinadas.
Você percebe algum desses sintomas? Então marque uma consulta!
Enfim, o Prolapso Genital é uma condição que afeta muitas mulheres. Mas, muitas deixam de buscar ajuda por estigma ou apenas por não saberem que o problema tem solução. Porém, um assoalho pélvico saudável está diretamente ligado à qualidade de vida.
Portanto, ao menor sinal de sintoma, marque uma consulta. Isso porque, o médico urologista é a especialidade mais preparada para diagnosticar disfunções do assoalho pélvico, assim como auxiliar e tirar todas as dúvidas em relação a musculatura pélvica.
O Dr. Marco Nunes é um médico urologista habilitado e especialista em diagnósticos e tratamentos urológicos em mulheres. Membro oficial da Sociedade Brasileira de Urologia há mais de 10 anos, possui a experiência necessária para o tratamento de Prolapso Genital.